
 o estrondoso sucesso do defensor de Eternia, era inevitável uma expansão de seu universo, esta expansão veio na agradável forma feminina "She-ra, a Princesa do Poder".
Em 1985, a Mattel resolveu diversificar a linha "Masters of the Universe" para além do âmbito do guerreiro masculino tradicional fomentando a esperança de chamar a atenção do jovem público feminino. Pensando no montante de meninas que não tinham muito motivo para assistir He-Man, mas que poderiam se aproveitar do poder aquisitivo dos pais para adquirir toda uma linha de bonecas e acessórios, tal como acontecia com o civilizado bárbaro loiro, para com os meninos, a Mattel lançava uma toyline que apresentava glamurosos personagens, quase que exclusivamente do sexo feminino, dos quais dava especial ênfase no cabelo, quase como o "real", e no detalhamento das roupas com figurinos sofisticados e com cores radiantes. 

Essencialmente, a linha tentava mesclar o grande apelo de Masters of the Universe com o longevo sucesso de sua mais ilustre filha da presidente da empresa , Ruth Handler(1916-2002), a boneca Barbie que reinava confortavelmente o mercado de brinquedos desde o seu lançamento na American International Toy Fair de Nova York, em 9 de Março de 1959.
Para dar vazão ao conceito da deslumbrante guerreira, a Mattel apelou para sua melhor agente de propagandas a Filmation que lhe dava muita alegria(em forma de lucros) com He-Man, em especial o escritor Larry DiTillio - que já havia cuidado de Master of Universe e que futuramente seria o editor da excelente série "Babylon 5", de J. Michael Straczynski (que na época era um dos roteiristas da série de He-Man) e co-escritor do spin-off da série original dos "Transformers", a canadense "Beast Wars" -
para nomear a contra-parte de He-Man, que com beleza e bravura representaria o belo sexo, assim, da mente de DiTillio, muito talentoso com jogos de palavras e suas relações com o poder, nascia She-Ra - originalmente a concebeu como "He-Ra".



 tinham muitos trejeitos da mulher doméstica em seu estereótipo mais rudimentar, o que durou  toda a Era de Ouro, tal comportamento de grandes heroínas acabaria se estendendo pela Era de Prata
 e ainda pelo decênio de 1970. Tais fatos são muito bem mostrados no excelente episódio duplo de "Liga da Justiça Sem Limites" intitulado "Lendas"(Legends, 2002), de Dan Riba e Andrew Kreisberg, onde os membros da Liga são arremessados em uma dimensão habitada por heróis da infância do Lanterna Verde John Stewart, análogos a Sociedade da Justiça da Era de Ouro, é cômico que a representante feminina do Grêmio da Justiça(Justice Guild), Sereia Negra(Black Siren, contraparte da Canário Negro pré-feminista), entusiasticamente convida a indignada Mulher-Gavião para fazerem biscoitos enquanto os homens conversam.
O produtor Lou Scheimer e os roteiristas discutiam a tempos a idéia de criar uma heroína, pois praticamente(e relativamente) não se achavam protagonistas mulheres nas mídias, sobretudo na animação. Na animação japonesa havia personagens femininos aos montes já nos anos 1970, pode-se citar a corajosa Rita de "O Pirata do Espaço"(Groizer X, 1976-1977, 36 episódios), do gênio Go Nagai, mas Rita era ofuscada mesmo na cabine do Pirata pelo evidente "mais herói ainda" Jo Kaiazaka, deixando para Rita toda a parte dramática "típica de mulher".
Havia a franquia "Cutey Honey", iniciada em 1973 por Nagai, mas uma moça tão afeita poses pouco dignas e nudismo gratuito não seria uma boa representante do gênero feminino e do feminismo que ainda perduraria na década posterior.
O machismo na cultura televisiva nipônico chegava a tal ponto que no longa de animação "Baldios - Os Guerreiros do Espaço"(Uchū Senshi Banldios, 1981), da Toei Animation, o tirano Zeo Gattler diz a sua comandada, Capitã Aphrodia, que seu fracasso já era esperado "pois afinal de contas, você não passa de uma mulher.".
e, já adentrando na década que veria a ascensão de She-Ra, a rocambolesca aventura de Favo de Mel para proteger sua gatinha Lily, que engoliu o diamante Sorriso do Amazonas, na série "Favo de Mel - Honey Honey"(Hanī Hanī no Suteki na Bōken, 1981-1982, 29 episódios), também da Toei adaptado da HQ de Hideki Mifuno iniciada em 1966.

De volta ao ocidente, a pobre telecinética Carrie, de "Carrie, A Estranha"(Carrie, 1976) era vítima de uma mãe com uma educação medieval que punia pelo fato de Carrie ter nascido mulher.
A força feminina parecia só aparecer, e muito casualmente, quando levada ao humanamente extremo, como "A Vingança de Jennifer"(Day of the Woman, 1978), de Meir Zachi,
 ou a igualmente violentada Madeleine, do filme sueco "Eles a Chamam de Caolha"( Thriller - En Grym Film, 1974), de Bo Arne Vibenius.
e mesmo nos casos de Jennifer e Madeleine as películas eram mais uma desculpa para passar por um desfile de sádicos fetiches. enquanto isso a prima Daisy eriçava a cidade de Hazzard com sua indumentária.
Um dos escritores, na fase de planejamento da guerreira loira, J. Larry Carroll disse que na época que She-Ra estava fadada ao fracasso, a razão é que os machões da Filmation achavam que simplesmente as meninas repudiam a ação e aventura, algo com o status de exclusivo aos garotos. Mesmo a ruiva Sonja, de Roy Thomas, que se sobressaia em uma era de morte frugal pelo aço e magia, foi displicentemente desconsiderada como exemplo de mulher forte e capaz.
Embora tenha tido uma vida efêmera em sua série de TV, a heroína que em todo o episódio recitava "Ó Zéfir que comanda o ar, levante-me do chão para que eu possa voar" tinha muito apelo a ponto de ser cult. Sua mitológica pessoa teve direito a crossovers com o Capitão Marvel da série "Shazam!"(1974-1977, 28 episódios), que a Filmation fazia, aparecendo em três episódios (da mesma forma que o Capitão Marvel também participou de três episódios da série de Ísis).






A revelia da energumicidade dos consultores, J. Michael Straczynski como um dos principais roteiristas rememorou que ao criar uma série animada visando o público infantil feminino não tinha como  intenção de tal programa fosse sobre uma princesa cheia de maneiras delicadas e melindres, mas sim uma verdadeira feminista. 
Isso não queria dizer que a mídia seria destituída de personagens masculinos, mas as mulheres que estariam com as rédeas da situação, os homens serviriam como um apoio. O poder feminino, mesmo do elenco secundário de She-ra é palpável, como Cintilante(Glimmer) que nunca teve a extensão de seus poderes definida, podendo voar, ter a capacidade de teleporte e até mesmo ficar invisível. 
 Também para que o programa ficasse mais atraente para as meninas, foram utilizadas cores vivas, porque teoricamente isso funcionava bem para as garotas e era muito bem utilizado no retrato MTV da época com a série "Jem e as Hologramas"(Jem and the Holograms, 1985-1988, 65 episódios), criação da casa dos Transformers, a concorrente Hasbro.
por esta razão, Adam se transformava em He-Man com o uso da Espada do Poder, a futura Princesa do Poder seria  através de sua Espada de Proteção, uma espada irmã a de He-Man, porém com uma jóia ostentada em sua empunhadura. 
A bela detentora do poder de Grayskull é introduzida no longa animado "He-Man & She-Ra - O Segredo da Espada Magica"(The Secret of the Sword, também chamado de He-Man and She-Ra: The Secret of the Sword e She-Ra Princess of Power: The Secret of the Sword), que estreou nos cinemas em 22 de março de 1985.
O filme , mais tarde exibido na TV sob o formato de 5 episódios, abre com a Feiticeira tendo um pesadelo com uma criatura maligna chamada Hordak
, que tem sobre seu poder uma menina que atravessou um portal dimensional para outro mundo: Etheria.
A guardiã mística de Grayskull após seu premonitório devaneio vê uma espada, como a Espada do Poder dada a Adam, porém incrustada com uma jóia flutuando e levando a sacerdotisa até um portal.Após tais eventos , a Feiticeira constata Adam, lhe dá a espada com a jóia e o envia com Pacato através do portal, com a missão de encontrar a proprietária da espada.
Adam chega em Etheria um mundo similar a Eternia, sob o jugo do tirano Hordak e sua Horda, logo Adam se degladia com os asseclas da Horda onde unen-se a ele no combate Arqueiro(Bow) e a criatura alada Corujito(Kowl) , membros da Grande Rebelião, refugiados na Floresta do Sussurro sob o comando da princesa do reino de Lua Clara chamada Cintilante(Glimmer) e dispostos a derrubar Hordak e sua Horda do Mal.


Mais tarde, como He-Man, enfrenta a terrível capitã da Horda, Adora,
que é derrotada em combate com He-Man
mas a espada que a feiticeira deu a Adam reage na presença de Adora, mostrando sua imagem na jóia encravada, o que distrai o colosso eterniano que encontra a derrota e a captura.
Mantido encarcerado na "Ilha das Feras", He-Man relata à Adora sua missão e que a espada deveria pertencer a alguém que luta em pról do bem comum, e tenta abrir os olhos de Adora em relação a injustiça e maldade empreendidas por Hordak. Então, tal qual como a lendária saída de Buda, Adora decide perambular por Ethéria e ver com os próprios o que a Horda legava com seu governo.
Adora descobre o embuste que norteou toda sua vida e a verdade sobre a luta rebelde, que até então os tinha como um estorvo para a paz. Com a Espada da Proteção e
Mais lutas, nova traição de Adora para com He-Man quantizado pela perversa Sombria, que sente que uma grande força oposta a Horda está nascendo em Etheria, libertado por Gato-Guerreiro e pela linha de frente da Grande Rebelião, composta por Cintilante, Arqueiro, Madame Riso(Madame Razz), Vassourito(Broom) e Corujito, He-Man volta apenas para que logo caísse como componente da nova arma de Hordak para obliterar a Rebelião. A perda de Adora para a Horda parecia certa e He-Man fadado a perder toda sua força e virar escravo da Horda, no entanto, Adora continua portando a Espada da Proteção, e usufruindo disso, a Feiticeira intervém.
Através da espada, ela chama por Adora e revela outro de seus muitos mistérios, Adora é filha do Rei Randor e da Rainha Marlena de Eternia, raptada por Hordak quando era um bebê, separada de seu irmão gêmeo Adam, Hordak a leva para Etheria, O vilão era mestre do algoz de Eternia, o Esqueleto, sua fuga para o reino( o qual espero que os rebeldes promovam a democracia) de Etheria é devido o receio do crescente poder de seu pupilo. Para amenizar a dor dos soberanos Feiticeira apagou a existência de Adora da mente da coletividade de Eternia.


Finalmente com a verdade a tona, disposta a reparar os erros que cometera, Adora ergue a espada e brada "Pela honra de GraySkull". tranformando-se em She-ra ,
estreava "She-Ra, A Pricesa do Poder"(She-Ra, The Princess of Power), livre pela magia da Feiticeira de ter de explicar sua nunca mencionada existência ao longo de duas temporadas da série do irmã, She-Ra, com sua razão de existir plenamente justificada, podia dar um lado feminino a tomada da era 80 iniciada por He-Man e os Defensores do Universo. A Princesa do Poder logo substituiria a série do irmão que acabaria em 8 de dezembro.

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