sexta-feira, 30 de março de 2012

Nós Somos ODST


Curta "We Are ODST"(2009), dirigido por Rupert Sanders para a campanha Halo 3: Believe para o game "Halo 3"(2007), da Bungie LLC.
Até mais e que a força esteja com você.

Consequências de Crise Infinita - Batalha por Blüdhaven (2006

"Isto não se parece com a América para mim. O nosso próprio governo nos empurrou para fora e construiu um muro para se certificar de que não vamos voltar para dentro."
- Brasa (Firebrand)arte de Daniel Acuña para Infinite Crisis Aftermath: The Battle For Bludhaven.
Até mais e que a força esteja com você.

Appa Perdido

Reprodução do cartaz mostrado no episódio "Lago Laogai"(Lake Laogai, 2006), de Lauren Macmullan, para a série animada "Avatar: A Lenda de Aang"(Avatar: The Last Airbender, 2005-2008, 961 episódios), de Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko.
Até mais e que a força esteja com você.

Um Instante para Yoko

Cena do segmento "Além da Realidade"(Beyond), de Kōji Morimoto, da coleção de curtas "Animatrix"(2003).

Na Areia

Capa da revista Fantastic Universe de Augusto/Setembro de 1953, arte de Alex Schomburg(1905-1998), provável inspiração para a icônica cena final de "Planeta dos Macacos"(Planet of the Apes, 1968), de Franklin J. Schaffner(1920-1989)

Imagem Mecha da Semana - Esquadrão Sentinela

Arte de Randy Green e Aaron Loprest para Dinastia M - O Dia Seguinte (House of M The Day After Vol, 2006)

quinta-feira, 29 de março de 2012

Transformação do Vagão do Espaço - Saber Rider e os Guardiões do Espaço.

Arquitetos do Medo

"O bem permanente não pode nunca ser o resultado da mentira e violência."
Mahatma Gandhi, creditado libertador da Índia, porco racista e chauvinista.No dia 21 de Setembro de 1987, o 40º presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan(1911-2004), - o ex-péssimo ator e o idiota que invalidou o TIAR(Tratado Interamericano de Assistência Recíproca) na Guerra das Malvinas(ou Falklands) e que reaquesceu a Guerra Fria com o projeto Guerra nas Estrelas e com piadas pejorativas a respeito dos soviéticos, cubanos e comunistas - discursava para a assembléia geral das Nações Unidas de forma bastante não-ortodoxa: Penso de vez em quando quão rapidamente nossas diferenças por todo o mundo desapareceriam se enfrentássemos uma ameaça alienígena de fora deste mundo."
Reagan não era o único a despertar um discreto mas desconfortável muxoxo por parte de quem ouvia, em Outubro de 1955 durante um discurso para cadetes da mais bem conceituada academia militar dos Estados Unidos, West Point, o General Douglas MacArthur(1880-1964), comandante da vitoriosa reação ocidental contra o sepulatado Império do Japão na Segunda Guerra Mundial, disse:“A próxima guerra será interplanetária. As nações da Terra devem algum dia fazer uma frente comum contra o ataque de povos de outros planetas. "
MacArthur como um homem letrado e que em sua vida de veterano de duas guerras mundiais tendo visto muita coisa fora do cotidiano do homem médio, deve ter levado em cosideração a história "Unir Para Vencer"(Unite and Conquer, publicada pela primeira vez na Astouding Science Fiction de Outubro de 1948), de Theodore Sturgeon(1918-1985).Unir para Vencer mostrava a humanidade amadurecendo rapidamente, ignorando as picuinhas que a separa e formando uma poderosa unidade contra uma ameaça alienígena. Menos de um ano depois do lançamento da história de Sturgeon, os Estados Unidos perdia o monopólio da arma nuclear para a rival global, a União Soviética que, testava a 29 de Agosto de 1949, a arma RDS-1(Reaktivnyi Dvigatel Specialny), de 22 quilotons.MacArthur poderia ter dado aos cadetes de West Point uma eloquente flamula em prol do dito Mundo Livre e contra o crescente poderio que Khrushchov legava de Stalin, e a efetiva criação do Pacto da Varsóvia em Maio daquele ano.O experiente general havia comandado as forças das Nações Unidas na primeira batalha da Terceira Guerra Mundial, a Guerra da Coréia(1950-1953), viu a ameça vermelha de perto - e insistiu para que o presidente Truman jogasse a bomba A nos chineses - , o que renderia um inflamado palavreado sobra a natureza político/militar de sua época. Mas, MacArthur, assim como Reagan, preferiram proferir sentenças que os ridicularizaram ou alimentaram teorias sem fundamento. Alguns anos antes do discurso de MacArthur foi publicado no número 6 da revista em quadrinhos Weird Science a história "The Last War on Earth"(1951), onde um cientista cria um falso perigo de fora da Terra, neste caso a ameça é marciana. O mesmo cientista lança uma bomba sobre um subúrbio estadunidense, logrando o planeta e fazendo unir a Terra como uma só nação para fazer frente contra Marte. Embora a HQ de Harvey Kurtzman(1924-1993), Marie Severin e o nipo-estadunidense Ben Oda(1915-1984), embora tenha uma reviravolta final típica das publicadas em Weird Science, ela foi a pedra fundamental para o "efeito Arquitetos do Medo".Em 1959 Kurt Vonnegut(1922-2007) endossa a paz e união planetária após um engodo envolvendo alienígenas no grande livro clássico de ficção científica e uma acída e satírica crítica social, "As Sereias de Titã"(The Sirens of Titan).Claro que os governantes da Terra, éticamente, nunca precisariam de um inimigo tão externo para formar uma aliança em favor de uma Terra unificada e de um futuro própero e pacífico, as próprias mazelas da esfera deviam ser motivo para uma unidade, fome, miséria, violência, desigualdade e degradação são inimigos tão poderosos quanto qualquer força extraterreste já criada pela ficção.O propósito das palvras de MacArthur e Reagan nunca foi um altruísta líbelo libertário/pacifista, o negócio é que não se pode deixar que algo acabe com seu domínio e influência sobre as pessoas da Terra. Na época de MacArthur os porcos no poder a algum tempo sujeitavam o planeta ao seu direito autoimposto de destruí-lo.A Segunda Guerra Mundial havia acabado há pouco com quase 60 milhões de mortos e um catálogo de barbárie que disputava, com uma cabeça civil de vantagem, sobre as barbaridades medievais,outra guerra para acabar com todas as guerras - assim como a próxima - sua violência nunca antes perscrutada pelo olho humano,e os mais velhos nada aprenderam em 1945, isso só podia ser um presságio do fim. A cultura dava como praticamente certo o fim pelo fogo nuclear, e não estava de toda errada, mesmo um ataque nuclear parcial levaria ao término da vida, era o que garantia o princípio da Destruição Mútua Assegurada.Se a Primeira Guerra Mundial tinha suas batalhas batizadas com o nome de cidades - Batalha do Somme, Batalha de Qurna, Campanha de Galípoli - e a Segunda Guerra Mundial com algúns embates levando o nome de países - Batalha da Grã-Bretanha, Batalha de Singapura - assim como as maiores combates reais da Terceira Guerra Mundial - Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã -, com o avanço tecnológico já durante as guerras e nos erroneamente chamados tempos de paz, junto ao advento dos arsenais nucleares, fariam a Terceira Guerra crescer exponencialmente até o ponto das batalhas serem alcunhadas com o nome de continentes.Mesmo com o Equilíbrio de Nash - que representa uma situação em que, em um jogo envolvendo dois ou mais jogadores, nenhum jogador tem a ganhar mudando sua estratégia unilateralmente - clamando a sanidade dos dirigentes das superpotências, nada impedia do fator humano interferir novamente a favor da destruição. O fim seria rápido com uma ínfima e complicada chance de recomeço. No filme "Os Últimos Cinco"(Five, 1951), de Arch Oboler(1907-1987) ilustrava o drama dos últimos cinco sobreviventes de um holocausto nuclear, a mesquinhez humana havia legado a eles um planeta desolado e a difícil tarefa de continuarem existindo.A cultura se adequava ao cotidiano, um meio da vida totalmente integrado a espera do fim.A Guerra Nuclear era algo a se esperar, estava enraizado no que se esperar vida. O riso nervoso vinha das platéias de "Dr. Fantástico"(Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, 1964), a incrível comédia de Stanley Kubrick(1928-1999), aumentavam as chances de zerar a corrida evolutiva por mundanos fatores humanos e infelizes - e imbecis - acidentes,ao mesmo tempo que tentavam concordar com a fé do Almirante Harriman Nelson - no incrível episódio "O Dia do Mal"(Day of Evil, 1966), de Jerry Hopper(1908-1988), para a série "Viagem ao Fundo do Mar"(Voyage to the Bottom of the Sea, 1964-1968, 110 episódios), de um dos magos da ficção científica na TV, Irwin Allen(1916-1991) - de que a humanidade não se suicidaria, em frente ao alienígena transmorfo que faria o Seaview deflagar o primeiro tiro da guerra nuclear -"Eu espero que você esteja planejando um enterro no mar. Encontrá-los foi tão deliciosamente divertido! " -. O alienígena metamorfoseado em uma réplica do altivo Almirante Nelson "ajudava" civilizações a encontrarem seu destino natural: o auto extermínio nuclear.Em Dezembro de 1959 a Super-Science Fiction trazia uma colônia alienígena na Lua, os "Abutres Gentis"(The Gentle Abutres, 1957), de Isaac Asimov(1920-1992), esperam pacientemente o término pela fogo atômico da Terra, a demora lhes causa estranheza, pois esse é o caminho natural de todas as espécies civilizadas. Se o fim por um fogo mais abrasivo que o do próprio núcleo solar, e pela cruel radiação, é preciso fazer algo totalmente fora das circunstancias normais, algo tão incrivelmente planejado que desafia a ética e coloca em discussão toda a moralidade humana em suas mais variadas minúcias. Uma grave mentira, a mais grave delas, um engodo que iludisse cada ser humano do planeta. A frase atribuída ao político Hiram Johnson(1866-1945), "Em uma guerra a primeira vítima é a verdade" é o maior dos fundamentos aqui, a farsa deve prevalecer para que o apocalipse seja evitado. É neste contexto que entra o episódio do diretor do Guerra dos Mundos de 1953, Byron Haskin(1899-1984), "Os Arquitetos do Medo"(The Architects of Fear), episódio icônico da fantástica e influente série "Quinta Dimensão"(The Outer Limits, 1963-1965, 49 episódios), de Leslie Stevens(1924-1998).
Da narração de abertura:

"É este o dia? É este o início do fim? Não há tempo para o espanto. Não há tempo para perguntar por que isso está acontecendo, por que finalmente está acontecendo.Há tempo apenas para o medo, para a dor aguda do pânico. Não devemos orar? Ou nós apenas devemos correr, agora é tarde demais para ? Haverá uma tarde? Ou isso é o
dia?"
Lançado em 30 de Setembro de 1963, pouco mais de um mês após o assassinato do presidente Kennedy - que em 61 ordenou o fiasco da Invasão da Baía dos Porcos e no ano seguinte quase detonou a guerra nuclear com Nikita Khrushchov na Crise dos Mísseis Cubanos - o episódio entrava na conjectura da época: o mundo em uma configuração de Guerra-Fria, em que o holocausto nuclear é iminente. Na esperança de afastar um confronto militar de porte apocalíptico entre as potências, os cientistas que trabalham no Laboratórios Unidos, planejam encenar uma falsa invasão alienígena a Terra. O grupo obteve sucesso ao estudar as características do planeta Theta e sorteiam o físico Dr. Alan Leighton(Robert Culp, de I Spy e O Super-Herói Americano, falecido em 2010) para passar por procedimentos cirúrgicos radicais que irão transformá-lo em uma criatura nativa de Theta. O Dr. Leighton tem sua morte falsificado e uma bizarra série de transplantes e modificações são feitas em seu corpo . Sua esposa Yvette(Geraldine Brooks, 1925-1977) está grávida e persiste em não acreditar que o marido está morto. As complicações da cirurgia surgem quando os efeitos da transformação Leighton se estendem além do seu aspecto físico e começam a afetar a sua mente, uma situação agravada pela forte ligação psíquica do casal.O Dr. Leighton é transformado em uma criatura de Theta, é equipado com uma arma de energia e uma nave espacial, para fazer uma aterrissagem em frente ao prédio das Nações Unidas, um esforço inicial para criar pânico em escala global. Em teoria, a ameaça alienígena seria resolvida com as nações formando uma aliança para combater o invasor. O físico, agora uma perfeita simulação do que seria um habitante do planeta Theta, é lançado em órbita com o disfarce de um satélite meteorológico.Mas a nave desce fora do curso parando na floresta perto da instalação do Laboratórios Unidos.Errando pela mata desintegrando com a arma de energia um veículo, o falso alienígena é gravemente ferido por três caçadores com espingardas e ruma com suas últimas forças para o laboratório.Quando alcança o lugar a criatura agoniza e morre, talvez alcançando o objetivo para qual foi criada e revelando a verdade para Yvette, que havia novamente sentido psiquicamente a dor do marido e ido ao laboratório.
Da narração de encerramento: "Espantalhos, mágicos e outros medos fatais não tornam as pessoas mais próximas. Não há nenhum substituto para a magia, o trabalho de cuidar com carinho e do trabalho duro para o auto-respeito e o amor mútuo. Se podemos aprender com o erro, como estes homens assustados fizeram, então o erro não terá sido simplesmente grotesco, pode ter sido ao menos uma lição. Uma lição finalmente, a ser aprendida."Arquitetos do Medo com certeza foi um dos mais densos e dramáticos episódios de Quinta Dimensão, muito monstros vieram antes e muitos viriam depois, mas a hedionda criatura de Theta havia sido um homem, um autêntico ser humano modelo para a época, jovem e idealista, casado com uma esposa que lhe era calorosa, transformado em algo aterrador para um bem maior, altruísta ao ponto da auto-destruição, transformado em um "espantalho de outro mundo" para a espécie humana.Arquitetos do Medo levava o espectador a duas agonias, a identidade se perdendo ilustrada pela cirurgia de reconstrução de Leighton, mostrada morbidamente através das entorpecentes sombras através da tela cirúrgica, uma tentativa desesperada de evitar um holocausto nuclear com um improvável plano, loucamente inventado com a necessidade de um voluntário corajoso, voluntariamente pronto a se sacrificar.
Ao mesmo tempo que jogava com o medo comum da guerra nuclear total que a maioria partilhava, a fantástica interpretação de Culp, tirando proveito da boa montagem e cinética densa do episódio ajudam no sentimento de ver tudo ruir, deve-se ter em mente que nenhum delegado das Nações Unidas passou os olhos no extraterrestre supostamente ameaçador do planeta Theta, dando ao episódio um desfecho amargo, devastador como uma clássica tragédia fatalista e inbuído do mais cruel tipo de ironia.
Arquitetos do medo tentava usar as idéias básicas vistas em "Unir para Vencer", ou seja unir a dividida humanidade e a beira do precipício, e ainda tirar de The Last War on Earth e Sereias de Titã o motivo pelo qual se daria essa união, uma coisa tão temida que forçaria a espécie a um conjunto sobressalto e uma posterior vigília conjunta. Com a espécie usando sua hostilidade a favor da Terra.
Mesmo alguém como Reagan pode entender a relevância de tal evento e é quase certo que seu discurso em frente a Assembléia das Nações Unidas tenha sido inspirado pelos Arquitetos.Em 1971, uma das damas contemporâneas da ficção científica, Ursula K. Le Guin, imaginava em seu romance "O Tormento das Trevas"(The Lathe of Heaven), um homem chamado George Orr que vive na Portland de 2002 - culturalmente muito similar aos anos 1970 - , com um mundo indo para o ralo em uma guerra massiva com foco no Oriente Médio.
Orr, um desenhista técnico, se encolhe para dentro de seus sonhos. Quando sonhar com um mundo sem racismo, a pele de todos no planeta torna-se um cinza claro e uniforme. Na tentativa de resolver o problema da superpopulação, Orr se prova desastroso quando sonha com uma praga devastadora que acaba com grande parte da humanidade e dá ao mundo atual uma população de um bilhão, em vez de sete bilhões. Quando finalmente tenta sonhar com a "paz na Terra", resulta em uma mentirosa invasão alienígena que ocupa a Lua, transformando a Terra em uma contra a ameaça.O livro obteve duas adaptações para a TV, uma em 1980, dirigida por Fred Barzyk e David R. Loxton(1943-1989),e uma em 2002, de Philip Haas(de Anjos e Insetos), recebendo o título de "O Flagelo dos Céus", na TV a Cabo.O efeito Arquitetos do Medo é indelével, uma concepção de salvação pouco plausível em uma realidade longe do aceitável, o artista gráfico e escritor inglês Raymond Hawkey(1930-2010) em parceria com o divulgador científico Roger Binguam, também se utilizaram da ideia de uma invasão alienígena falsificada, no livro "Wild Card"(1974). Esta - também - secretamente planejada por cientistas, plano endossado pelo presidente - que teve sonhos com uma bomba nuclear terrorista detonando o Lincoln Memorial e que acabou de sair ileso de uma tentativa de assassinato - motivados pela guerra iminente e pelos distúrbios civis que dividem o país.O Presidente decide com seu conselheiro científico para: a) construir uma falsa espaçonave alienígena. A nave serve para: b) carregar as igualmente falsas tropas extraterrestres, que em seguida: c) as forças de "outro mundo " vão aterrar em uma área residencial de Los Angeles. d) a mídia sem demora alardeará o fato na televisão, com a chegada dos monstros as estações de combate serão mobilizadas em todo país. e) um país será unificado instantaneamente pronto para a guerra, um país unido que em seguida será exemplo para um mundo de coexistência mútua contra o inimigo exterior, acabando com as disparidades políticas, bem como terroristas de todas as matizes. Mas o "efeito Arquitetos do Medo" não é bem conduzindo, por mais elaborado que tente ser, deixando uma cinética enfadonha com um final frustante.A experiência do engodo global como uma iniciativa definitiva pela paz, é expandida ao máximo no clássico máximo das HQs de super-heróis, Watchmen (1985-1986, 12 capítulos), do gênio britânico Alan Moore, o desenhista Dave Gibbons e o colorista John Higgins. Segundo Moore, enquanto estava escrevendo o número 10 da minissérie, se deparou com um guia de televisão que falava do episódio de Quinta Dimensão. De fato, Watchmen usa de Arquitetos no Medo, na época da publicação o então editor da DC Comics Len Wein criticou o final de Watchmen como uma mera cópia de Arquitetos do Medo, mas a obra merece todo o crédito do qual desfruta, mesmo por que Moore revela o título de referência ao mostrar a TV do apartamento de Sally Juspeczyk(a primeira Espectral) anunciando o referido episódio.Watchmen maximiza o plano dos Arquitetos, Adrian Veidt é o homem mais inteligente do mundo, com recursos beirando ao infinito, provavelmente aquém das possíveis falhas que foram ou que poderiam ter sido cometidas, encorajado por uma situação limite, e por um conhecimento de que nada restaria se a situação eclodisse. Todos os pontos focais desde a semente lançada por Unir para Vencer são otimizadas.As nações impedidas de se exterminarem para ficar em prontidão lado a lado frente ao temido desconhecido, também feito a base de um sacríficio, sem voluntários, exponencialmente maior e mais hediondo quanto a idéia de mergulhar o planeta em mais uma mentira. A verdade continua como a primeira vítima, mas seu status eleva-se para um outro sacríficio para manter a extinção longe da vida humana.Em Watchmen o risco que o plano corre e que tudo volte a ser a mesma coisa é sugerido de maneira exacerbada. Watchmen é o maior dos legados de Arquitetos do Medo.A mítica da obra aumenta com o fato de seu último número ter sido lançado dias depois do discurso de Reagan, obviamente a obra não usufruiu das palavras pouco proveitosas do ex-cowboy do cinema.A cultura incute popularmente o fenomeno da invasão alienígena, veio da ficção científica inaugurado com a "Guerra dos Mundos"(The War of the Worlds, 1898), H. G. Wells, o gênero se usa originalmente como alegoria e/ou protesto para hegemonia de grupos humanos e seus males sociais, no meado do século XX a cultura a tinha como referencia a Guerra Fria e o medo de uma investida - tanto uma possível infiltração quanto uma invasão em massa - do bloco comunista.Mas o subestilo costuma ser subestimado, mesmo o pioneiro Guerra dos Mundos servia como protesto ao nojento imperialismo britânico.Arquitetos do Medo e Watchmen não se encaixam no tema alegórico, são um irônico protesto pela paz que não se consegue esperando pelo bom senso de quem pode apertar o botão do apocalipse. Por esta razão não é a "provável" invasão alienígena que importa, mas sim a crença na possibilidade de que ela aconteça.
No ano de 2011, o economista nobel de economia de 2008, Paul Krugman(do livro International Economics: Theory and Policy), mencionou Arquitetos do Medo - embora tenha o confundido como sendo um episódio de Além da Imaginação - ao dizer que a construção de uma defesa contra uma invasão alienígena fictícia poderia acelerar a recuperação da recessão da economia em 2008.Com uma invasão concreta acontecendo - com aliens falsos ou não -, quando ela cabar a natureza humana volta a agir contra si mesma, é preciso um estado de prontidão permanente. Na excelente HQ britânica steampunk "Scarlet Traces"(2002-2006), de Ian Edginton e D'Israeli mostra acabada a Guerra dos Mundos, a Grã Bretanha usa a tecnologia marciana para manter o mundo sob o tacão de seu império. Na roupagem de Guerra dos Mundos de Douglas Niles, "War of the Worlds New Millennium"(2005), picuinhas entre as nações impedem uma resistência efetiva contra os invasores, e mesmo a encarniçada guerra é usada como bode expiatório para dar vazão a velhos desafetos - como o Afeganistão fazendo um ataque nuclear aos marcianos, para logo ser atacado pela India que entende como uma agressão para si -.Embora tenha muitos pontos que não encontra sustentação, o livro de Niles dá uma idéia de que o rancor e a política tornam ainda mais complexas as chances de uma utopia global, mesmo esta sendo a base do medo. Já foi dito que a paz é inimiga do progresso, para uma espécie que evoluiu em meio a um ambiente em que foi obrigado a inventar o tacape e a lança antes da escrita e da agricultura, para muitos desta a premissa da guerra e do progresso é palpável, foi a guerra que trouxe a margarina e o forno microondas e criminosos nazistas nos colocaram na Lua. A cultura fala de outros caminhos para unificação e paz na Terra, na franquia iniciada pela série animada "Guerra das Galáxias"(Choujiku Yousai Macross, 1982-1983), de Shōji Kawamori e Noboru Ishiguro para a Tatsunoko Productions, o elemento alienígena - este autentico - também está presente, a Terra se torna uma unica nação, mas só depois de uma guerra global pela unificação que dura dez anos.Na série de livros CoDominium(1973-2011), de Jerry Pournelle, parte do ponto que, pela estabilização planetária, se estabelece o é o CoDominium, uma aliança política entre os Estados Unidos da América e uma revitalizada URSS . Esta união garante a paz, mas ao preço de uma parada completa, a evolução política e científica são paralizadas. Para que a aliança americo-soviética tenha exito na paz implantada na Terra e alcançar a colonização estelar, ela paga o preço com a paralizasão completa, um governo conjunto caracterizado pela corrupção, decadência e por um militarismo que lhe é intrínseco.
O CoDominium oprime o planeta e ainda o cria BuReloc(Bureau of Relocation) ,
criado para transportar, à força, pessoas da Terra para colônias estelares.
Embora a humanidade aparentemente tenha se livrado do fogo nuclear, o governo do CoDominium,como na nossa realidade, ainda infligi um violência corrosiva aos habitantes do planeta - e das colônias exteriores -, aglutinando fortes causas para a decadência.
Voltando aos Arquitetos, desde 1945 somo potenciais vítimas potenciais do fogo, para logo passarmos para vítimas do inverno nuclear, de fato nem precisávamos das armas atômicas, H. G. Wells em seu livro "The Shape Things to Come"(1933), previa uma Segunda Guerra Mundial começando em 1940 e se estendendo por décadas, travada com arsenais convencionais, a Guerra Mundial engolfa o globo levando a uma nova era das trevas cheia de opressão e pestilência. O livro foi transformado em um excelente filme, "Daqui a Cem Anos"(Things to Come, 1936), por Alexander Korda(1893-1956). Já na era atômica, Walter Miller Jr.(1923-1996) escreve "Um Cântico para Leibowitz"(A Canticle for Leibowitz, 1960), onde escreve a futura história humana de quase dois milênios, 600 anos após o hecatombe nuclear com severos reveses e reconstrução, para cair no mesmo abismo novamente. Leitura magistral, causa um desconforto ao seu término.Mesmo com a Guerra Fria ficando para trás, os futuros de uma Terra vazia ainda pairam no horizonte, sob tal contexto é até compreensível a mentira pela salvação, embora não menos condenável como qualquer farsa. Sempre trocamos um medo pelo outro, o feito Arquitetos do Medo coloca em jogo a sugestão do temor definitivo, não da maioria que tem muito a perder com o interesse de uns poucos malditos, mas um pânico que a todos envolve, danando-se para o quanto é improvável de dar certo, o medo se espalha mais rápido que a radiação.
"Quando maior a mentira, maior a chance de ela ser creditada."
Adolf Hitler(1889-1945)
Sem conclusão ou pretensão de entender a arquitetura do medo penso:
"A Verdade é a verdade até o fim dos tempos"
Willian Shakespeare (presumivelmente 1564-1616)
Até mais e que a força esteja com você.